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História das Psicoterapias Breves

As Psicoterapias Breves “são Psicoterapias de inspiração Psicanalítica de duração limitada. Os meios utilizados para limitar essa duração variam conforme os autores” (Gillierón, E.1983). A preocupação com a duração da análise foi sentida por diversos autores como Freud, S. e Rank, O., e muitos outros. Nos Estados Unidos da América por exemplo, deveremos salientar as obras de Alexander, F. e de Bellak, L., tendo o primeiro contribuido com o “significativo conceito de experiência emocional correctiva Como deveremos evocar, “é mais importante o reviver emocional dos traumas antigos na relação com o Terapeuta, do que a rememoração dos factos ocorridos na infância” (Lau Ribeiro, P. 1997, pp. 8). A questão associada à duração da análise foi também amplamente abordada na Europa, e aqui poderíamos largarmente expor os contributos de autores como Ferenczi, S. e Balint, M..

Mas até aos anos sessenta, a Psicoterapia Breve foi conceptualizada como uma intervenção de curta duração, com objectivos menos profundos, um “setting” de face a face, aplicando os conceitos da Psicanálise e deveremos referir como uma Psicanálise Aplicada.

Numa segunda fase e a partir dos anos sessenta, a Psicoterapia Breve, adquire sobretudo com os trabalhos de Sífneos, P., de Mann, J. e de Balint, M. uma maior “cientificidade” e a partir dos anos setenta a Psicoterapia Breve adquire definitivamente com Davanloo, H. um elevado grau de axiomatização interna em desenvolvimentos teórico-metodológicos ascendentes.

Na Europa as analogias com a Psicologia do Self, sobretudo a partir dos trabalhos de Kohut, H. e os pressupostos do Movimento Potencial Humano foram também marcas importantes no desenvolvimento deste Modelo. No Reino Unido a Psicoterapia Breve foi implementada por Malan, D., discípulo de Balint, M. e autor do Manual “As Fronteiras da Psicoterapia Breve” e da obra “Psicoterapia Individual – Ciência da Psicodinâmica” que muito contribuiu para a investigação e o desenvolvimento deste modelo de intervenção.

Como a generalidade das intervenções psicoterapêuticas desta época a Psicoterapia Breve está também associada a outros movimentos dissidentes da Psicanálise, como a Psicologia Junguiana, as Teorias da Relação de Objecto, a Gestalterapia, a abordagem Dialógica e as Teorias Fenomenológico-Existenciais.

Na actualidade, o Modelo Integrado de Psicoterapias Breves preconizado pela Sociedade Portuguesa de Psicoterapias Breves, fundamenta-se nas perspectivas de Paul Ricoeur, como metateoria na prática de um modelo integrado de psicoterapia, porquanto capaz de integrar a perspectiva psicanalítica, como modelo teórico explicativo ou chave hermenêutica, à perspectiva Fenomenológico Existencial, como horizonte, como método, e na procura ou na explanação de um vivido como “domínio” da compreensão de si e nos estudos ou reflexões filosóficas que abordam dimensões como o Homem Capaz, mas falível, a culpa, a “ipséidade” e a “mesmidade” ou o Voluntário e o Involuntário.