Apresentação
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Decorrentes da reformulação da Formação na SPPB e no intuito de uma maior aproximação às normas da Federação Internacional de Psicoterapia, os Seminários Clínicos foram iniciados em finais do ano lectivo de 2008/09. Têm como objectivo o aprofundamento, a consolidação e a sistematização de conhecimentos adquiridos durante o período de Formação.
De acordo com as necessidades formativas poderão ser calendarizados ao longo do ano Seminários Temáticos.
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"Gestalt como Prática da Criatividade”
17 de Junho de 2017 – 09h30m-13h30m
RESUMO
A Terapia Gestalt considera a terapia como um processo criativo em si e na sua metodologia, onde ambos, terapeuta e paciente inventam e improvisam as estratégias para as mudanças e desenvolvimento deste último. É uma co-criação do processo terapêutico como também da relação.
A Gestalt Terapia, através da experimentação, dá permissão a ser criativo e permite ao paciente experimentar-se em todas as suas potencialidades do self, facilitando os ajustes criativos com o meio e na relação com os outros. Este workshop focaliza-se no terapeuta como um artista, reconhecendo os seus recursos e capacidade de criar num processo dialógico com o Paciente e de fluírem em mútua transformação.
Macarena Diuana
"Intervenção na Crise”
2 e 9 de Junho de 2017 – 18h30m-20h30m
RESUMO
"A vida está dependente, de forma crítica, da capacidade do ser vivo manter constante o meio interno perante qualquer modificação do meio externo".
(Claude Bernard, in Serra, 2002, pp.6)
No século XX, vários autores/cientistas/clínicos debruçaram-se sobre a forma como as crises da vida ofereciam possibilidades para mudanças pessoais positivas (e.g., Caplan, 1964; Frankl, 1963; Maslow, 1970; Yalom and Lieberman, 1991). A Crise psicológica (adaptado do Caplan, 1964), pode ser vista como resposta aguda a um trauma, catástrofe ou outro incidente critico. Não é muito duradoura; é circunscrita; é um episódio emocional agudo. Contudo certos acontecimentos traumatizantes (Incidentes Críticos) podem provocar determinado impacto num ou mais indivíduos, desencadeando dificuldades físicas, comportamentais, cognitivas e emocionais. Muitos destes eventos são percursores de problemas psicológicos e físicos tornando-se cada vez mais importante um tipo de intervenção específica na crise, como forma de prevenção destas perturbações.
A intervenção em crise caracteriza-se como um conjunto de técnicas, com o objectivo de incrementar a resiliência natural através da estabilização emocional e com o objectivo de retornar ao nível de funcionamento anterior à crise.
Filomena Nobre
"Grupos Terapêuticos com Doentes Difíceis e Grupos Grandes”
29 de Abril de 2017 – 10h30m-12h30m
RESUMO
“Ainda estou para encontrar um paciente que não seja problemático” (Yalom)
O “doente difícil”, num grupo terapêutico:
- Não é uma entidade objetiva, mas sim uma co-construção do doente, do grupo e do líder
- Todos os doentes podem ser difíceis e um doente difícil para um terapeuta pode não o ser para outro.
- É crucial para promover e catalisar o trabalho de grupo.
- Por vezes os doentes difíceis são os nossos melhores supervisores, basta ouvi-los.
- O doente difícil, contestatário, ajuda o grupo a saber mais do seu líder.
- Com alguns doentes difíceis nunca há o risco de se chegar à verdade.
- Doentes difíceis põem a nu as dificuldades de contratransferência dos eu líder.
- A lição que o “doente difícil” por vezes nos dá é: o que parece ser à primeira vista apenas a patologia de um doente pode também ser um resultado dos membros do grupo e do seu líder/condutor. O doente difícil desafia-nos a perceber melhor.
- Para Yalom, o doente difícil pode ser: monopolizador, silencioso, aborrecido, queixoso, psicótico, bipolar, esquizoide, borderline, narcísico.
10 razões pelas quais o tratamento em grupo pode ser útil para doentes difíceis (Hopper):
- O grupo oferece proteção e escudo.
- Sustentação (“holding”) e contenção (“boa mãe arcaica”).
- “Me-not me”, ajuda a separação dos objetos arcaicos e negativos maternos.
- Lugar seguro, para ensaiar várias luvas de identidade sem consequências sérias.
- O “face-a-face” com outros membros e o terapeuta baixa a ansiedade ligada à vergonha.
- Oportunidades para negociações de fronteiras pessoais e sociais, testando a realidade.
- Oportunidades para espelho e eco benignos, com muitas testemunhas e avaliadores.
- O grupo oferece uma intimidade com ambos os sexos, difusa e pouco ameaçadora.
- Oportunidades para o altruísmo, os pacientes podem ajudar e ser ajudados.
- Feedback realista de membros social e pessoalmente heterogeneos.
Em relação ao terapeuta (Aledort e Dluhy):
- Quando um terapeuta tem sentimentos intensos (na sessão), é habitualmente indicador de que um trabalho importante está em marcha.
- Sentimentos fortes, por exemplo, ódio, atração sexual, mothering, vergonha, incompetência e fantasias intensas podem provocar no terapeuta desconforto (vergonha, medo que outros descubram sentimentos escondidos) mas podem ser aproveitadas para ajudar o grupo no seu trabalho complexo.
GRUPOS TERAPÊUTICOS GRANDES
“Um exército de 10000 pode controlar uma população de 1 milhão mais facilmente que uma pessoa pode controlar 100, ou 100 controlar 10000!” (Simmel)
Difíceis de definir, podemos considerar como grupos terapêuticos grandes aqueles que têm mais de 30 pessoas.
Freud não abordou grupos terapêuticos, mas sim as “massas”. Achava que somos “um bando de assassinos” e que para um grupo grande se manter coeso tem de ter algum poder. E qual é esse poder senão Eros (Amor), que mantém a coesão de tudo o que existe? E o “amor aos outros” é quando a pessoa renuncia ao que lhe é pessoal e se deixa contagiar pelos outros, estando de acordo com eles e não em oposição. Nas duas massas artificiais estudadas por Freud, a Igreja e o Exército, a condição prévia consiste em que todos os seus membros sejam igualmente amados por um chefe.
Para Lionel Kreeger (“Sei que às vezes regresso a casa, depois de um grande grupo, exausto, destroçado e deprimido, mas noutras ocasiões regresso empolgado”), as forças poderosas de um grande grupo podem ser usadas para o bem ou para o mal. Todos os que trabalharam com grandes grupos sabem a fascinação e o poder que eles têm. Caos e confusão podem ocorrer, com risco de violência. O grande grupo pode ser enormemente estimulante e criativo e cheio de pensamentos originais. Os grandes grupos proporcionam dimensões novas e alargadas da experiência pessoal. Por exemplo, podem surgir mecanismos psicóticos, até mesmo com os terapeutas experientes! Mecanismos psicóticos podem surgir nos grandes grupos, de uma maneira semelhante às primeiras perceções de uma criança da realidade externa. A experiência dos grandes grupos ajuda os terapeutas a entender melhor os pequenos grupos. Numa situação de grupo, há alturas em que é impossível pensar. Subgrupos formam-se quando predomina a tensão, os conflitos e a ansiedade. A criatividade é fascinante no contexto de um grande grupo.
“Quando o grupo aumenta de 2 ou 3 membros para 15 ou 20, os membros “passivos” tendem a ficar inibidos na sua participação e as discussões de grupo tornam-se menos exploratórias e aventurosas, a atmosfera de grupo fica menos íntima e as acções dos membros mais anónimas e em geral todos ficam menos satisfeitos. As diferenças não resolvidas entre os membros do grupo ficam mais aceitáveis…Muitas pessoas preferem as relações anónimas e relativamente mais impessoais dos grandes grupos ” (Earl Hopper e Anne Weyman).
Apresenta-se como exemplo de grupo terapêutico grande o Grupo Psicoterapêutico Aberto do Serviço de Psiquiatria Geral e Transcultural do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, que tem atualmente 1180 doentes (provavelmente o maior do mundo), sendo mais de 500 doentes sem-abrigo, refugiados e migrantes.
Finalmente, haverá uma breve sessão de grupo com todos os presentes.
António Bento
"O OUTRO em Paul Ricouer e o TU de Martin Buber”
29 de Abril de 2017 – 15h00m-17h00m
RESUMO
Das Filosofias da Existência à Hermenêutica: Do Tu em Martin Buber ao Outro de Paul Ricoeur
Horizonte reflexivo: como pode uma filosofia que parte Eu considerar o diferente de si? Como constituir em mim o diferente de mim? Constituo-o como um Tu que no entanto não posso experienciar como afirma M. Buber? Ou considero-o como uma alteridade impossível de conhecer como pretende Sartre? Mais ainda, terá razão a hermenêutica ricoeuriana, quando partindo do cogito quebrado, pensa o Outro como alteridade que está para além do Cogito e do anti-cogito da filosofia tradicional? Ricoeur responde conceptualmente a esta alternativa a partir da correlação entre o Si e o diferente de Si que designa por Outro. Mas poderá este autor constituir o outro em mim mas como diferente de mim? Para responder a esta aporia da reflexão Ricoeur dialoga com os filósofos seus contemporâneos começando por :
1) Situar o homem no tempo;
2) Distinguir as duas dialécticas que constituem a identidade para por fim;
3) O sentido do outro não se encontra no poder da igualdade mas da reciprocidade.
Paula Ponce Leão
"Grupos Terapêuticos”
1 de Abril de 2017 – 10h30m-12h30m
RESUMO
A terapia de grupo ajuda os pacientes? De facto, ajuda.
Como é que a terapia de grupo ajuda os pacientes?
A mudança terapêutica é um processo enormemente complexo, que ocorre por uma interação intricada de experiências humanas, que chamarei de “fatores terapêuticos”.
“A mudança de foco dos processos grupais terapêuticos da “cura” para a mudança e o crescimento pessoais, balizados pelos denominados “fatores terapêuticos”, constitui o princípio central na organização desta obra (Luís Carlos Osório in “Psicoterapia de Grupo”, Irvin D. Yalom e Molyn Leszcz).
Há regras gerais de comunicação nos grupos (terapêuticos ou não), por exemplo, Watzlawick:
- A simples presença de uma pessoa é uma forma de comunicação
- A ausência de uma pessoa também pode ser uma forma de comunicação
- Comunicar que não se quer comunicar é difícil e pouco eficaz
- Todos estão aprisionados na obrigação de comunicar
- Todos estão aprisionados na obrigação de comunicar
- Desqualificar a comunicação é a melhor tentativa de fugir dela:- falar língua ininteligível, dormir, falar ao lado, delirar, etc.
Para Foulkes, o homem tem “fome social” (“social hunger”). Os grupos terapêuticos servem para “ajudar as pessoas a dissolver e ultrapassar as dificuldades nas relações com os outros”. As bases da comunicação são:
- Sem comunicação não podemos existir
- AS doenças psiquiátricas têm sempre uma perturbação na comunicação
- A psicopatologia é um conflito na comunicação com grupos significativos.
- A flutuação livre das comunicações espontâneas no grupo permite analisar e compreender a psicopatologia.
Para Grotjahn, as qualidades pessoais de um terapeuta de grupo devem ser:
• Espontaneidade
• Confiança em si e nos outros
• Capacidade de agir
• Fortaleza do ego
• Sentido de humor
• Boa utilização da contratransferência
• Capacidade de aceitar os seus erros
• Observador participante
Há muitos tipos de grupos terapêuticos, iremos abordar especialmente os grupos psicoterapêuticos grandes, que podem responder às necessidades sentidas por pessoas afetadas por perturbações psicológicas e psiquiátricas.
Eduardo Luís Cortesão, Foulkes, Bion, Irvin Yalom, Michael Balint, Paul Watzlawick, Schiff e Glassman, René Kaes, Didier Anzieu, Caroline Garland, Freud, Lionel Krieger, Jerome Gans, Carl Rogers, E. J. Anthony, Sartre, Earl Hopper, Fairbairn, Aledort e Dluhy, Grotjan, Adele Mittwock, Batman, Brown e Pedder, Jose Guimon, são brevemente visitados.
Apresenta-se como exemplo o Grupo Psicoterapêutico Aberto do Serviço de Psiquiatria Geral e Transcultural do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, que tem atualmente 1166 doentes, sendo mais de 500 doentes sem-abrigo, refugiados e migrantes.
A psicoterapia, particularmente a psicoterapia de grupo, é uma viagem de descobertas.
António Bento
“Comportamento Suicidários”
18 de Março de 2017 – 14h00m-18h00m
RESUMO
Os comportamentos suicidários são um problema de saúde pública. Em Portugal, o suicídio, caracteriza-se por ser cerca de três vezes mais comum nos homens, sobretudo em pessoas mais idosas, com uma distribuição assimétrica ao nível do território com taxas mais baixas no norte. Já os comportamentos autolesivos são mais comuns nos jovens, não se conhecendo assimetrias ao nível do território. A dimensão dos comportamentos suicidários levou a que, em 2013, por iniciativa da Direção Geral de Saúde, fosse elaborado um Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, inicialmente em vigor até 2016 e posteriormente até 2020.
Sendo um comportamento complexo e multifactorial, os comportamentos suicidários, têm conhecido várias teorias e modelos explicativos tendo por génese várias escolas do pensamento, mas caracterizando-se pela necessidade de uma abordagem circular, ao contrário de uma visão linear e uni causal do fenómeno.
A prevenção do suicídio ao nível global foi assumida pela Organização Mundial de Saúde tendo diversos países assumido trabalhar para a redução em 10% na taxa de mortalidade, por suicídio, até 2020. Assim, importa questionar os esforços feitos neste domínio ao nível da prevenção, da intervenção na crise suicidária e na pósvenção.
Programa:
1 - Comportamentos Suicidários
1.1- Conceitos
1.2- Dados epidemiológicos
1.3- Teorias e modelos
1.4- Plano nacional de prevenção do suicídio
1.4.1- Projectos de prevenção
1.5- Intervenção na crise suicidária
1.5.1- Follow-up
1.5.2- Pósvenção
José Carlos Santos
“Psicopatologia: Revisão/Atualização – Perspectiva Fenomenológica e Psicodinâmica”
4 e 11 de Fevereiro de 2017 – 14h30m-18h30m
RESUMO
1ª Parte: Perturbações da Consciência; Perturbações da Orientação; Perturbações da Atenção e da Memória; Perturbações Formais / do curso do Pensamento; Perturbações do conteúdo do Pensamento; Perturbações Sensório-Perceptivas; Perturbações da Afectividade; Perturbações da Energia Vital e da Psicomotricidade; Perturbações da Vontade; Perturbações da Vida Instintiva; Perturbações do Controlo dos Impulsos; Perturbações da Inteligência; Temores e Obsessões; Mecanismos de Defesa.
2ª Parte: Casos Clínicos para identificação de psicopatologia e entidades sindromáticas (em trabalho de grupo) e/ou role play de situações psicopatológicas. Intercepção de sintomas (psicopatologia), estrutura de personalidade e mecanismos de defesa.
A psicopatologia no contexto da relação e da psicoterapia.
Vítor Viegas Cotovio
”A Identidade Narrativa e o Desejo do Outro”
14 de Janeiro – Sábado – 15h00m-17h00m
RESUMO
Procurarei responder às seguintes questões:
1- Qual é o estatuto epistemológico da identidade narrativa face à identidade pessoal?
2 - Qual é o papel do outro na constituição do Si? Será um limite ou uma possibilidade criativa?
Professora Doutora Paula Ponce Leão
WORKSHOP - ”Do Divã ao Face a Face – Contributos de Ferenczi para a Clínica Contemporânea”
23 de Abril – Sábado – 14h30m-17h30m
A psicanálise concebida por Freud tinha por pressuposto uma subjectividade com características muito diferentes dos casos que se apresentam no mundo contemporâneo. Essas diferenças não se observam somente no âmbito dos sintomas mas na própria ordenação e constituição subjectiva. O sujeito contemporâneo colocou desafios importantes para a prática clinica da psicanalise e é nesse sentido que um autor como Sandor Ferenczi, que se dedicou aos casos ditos difíceis, debruçou-se sobre as questões técnicas podendo nos ajudar na condução do processo analítico na actualidade.
1 - Os Pressupostos do Enquadre com o Divã:
- Interioridade
- Conflito Psíquico
- A amarra do recalque
- As formações do inconsciente: sonhos, lapsos, ato falho
- O analista como suposto saber
2- Questões Técnicas
- a transferência
- a neutralidade
- a associação livre
- a atenção flutuante
- Ferenczi e a técnica ativa, a elasticidade da técnica , a analise mútua e o perdão
3 - O Enquadre do Face a Face
- Uma construção narcísica está em curso
- A incerteza de si
- O tempo descontinuo
- Uma fala parnasiana
- O objecto estético – partilhar, testemunhar, cumplicidade
- O analista como testemunho
Professora Teresa Pinheiro
“Intervenções Grupais – Aplicabilidade da Técnica Focal em Grupos”
9 de Abril – Sábado – 9h-13h
“O conceito de Inconsciente e as suas vicissitudes”
12 de Março – Sábado – 15h-17h
18 de Março – Sexta – Feira – 21h-23h
1) Estatuto do Inconsciente;
2) Pulsão;
3) Recalcamento;
4) Trauma;
5) Defesa;
6) Sublimação.
Parte-se do conceito do Inconsciente para compreender o trabalho Psicanalítico.
José Pedro Sequeira
Compreensão Existencial, Psicopatologia e Psicoterapia
13 de Fevereiro de 2016 - 10h00m às 12h30m
Em data ainda a ser anunciada
A propósito de um caso clínico, a finalidade deste seminário é mostrar quais são os possíveis procedimentos que permitem a análise da existência do sujeito com o objectivo de (1) descrever fenomenologicamente o existente e (2) tentar uma compreensão existencialista da dinâmica psicológica e das condições que possibilitaram a sua complicação psicológica, como pontos de partida para a sua superação através da intervenção terapêutica.
José A. Carvalho Teixeira
Módulo e Seminário: Psicopatologia: Revisão/Atualização - Perspectiva Fenomenológica e Psicodinâmica
16 e 30 de Janeiro de 2016 - 14h30m às 18h30m
- Perturbações da Consciência
- Perturbações da Orientação
- Perturbações da Atenção e da Memória
- Perturbações Formais / do curso do Pensamento
- Perturbações do conteúdo do Pensamento
- Perturbações Sensório-Perceptivas
- Perturbações da Afectividade
- Perturbações da Energia Vital e da Psicomotricidade
- Perturbações da Vontade
- Perturbações da Vida Instintiva
- Perturbações do Controlo dos Impulsos
- Perturbações da Inteligência
- Temores e Obsessões
- Mecanismos de Defesa
A psicopatologia no contexto da relação e da psicoterapia.
Role play de situações psicopatológicas e identificação de psicopatologia e entidades sindromáticas através de casos clínicos
Vítor Viegas Cotovio
A Questão do Tempo e da Identidade Narrativa
17 de Outubro no período da tarde, das 15h00m às 17h00m
O meu propósito nesta comunicação é o de pensar a identidade narrativa enquanto elemento fundamental da poética da identidade sempre balizada entre a atestação de si e a injunção do Outro.
Será contudo possível articular neste campo a linha da hermenêutica-fenomenológica com a linha das psicoterapias existenciais? Não implicará esta reflexão a reposição das velhas questões da consciência,, do Ego ou do Self enquanto formas maiores de pensar a identidade pessoal? Julgo que a teoria da narratividade proposta por Ricoeur permite repor e ultrapassar esta questão de forma nova.
Paula Ponce Leão
Casos Clínicos
26 de Setembro no período da tarde, das 15h00m às 17h00m
Resumo
Seminário de discussão de casos clínicos, com base nos fundamentos teóricos e na metodologia da intervenção do Modelo Integrado da SPPB.
Pretende-se transmitir aos Formandos conhecimentos práticos básicos sobre a amplitude, os limites e as fronteiras deste modelo. Assim como sobre os elementos ou factores chave na prática do exercício intervenções em diferentes contextos e problemáticas.
Procura-se o debate sobre questões práticas que permitam que os formandos adquiram hábitos de reflexão e competências para uma maior eficácia e brevidade na intervenção.
Ana Maria Morais
Abordagem Sistémica e Teoria da Comunicação
20 de Junho no período da tarde, das 15h30m às 17h30m
Terapia Familiar ou o “Mistério do Encontro com as Famílias”: Uma Visão Sistémica
Todos nós temos uma família que de algum modo tem vindo a contribuir para sermos quem somos hoje. O que será afinal a família? Seguindo a abordagem sistémica, considera-se que a família é um sistema social em que os seus elementos se encontram ligados por uma teia relacional e emocional.
Proponho-me fazer um pequeno resumo sobre a história da Terapia Familiar (perspectiva sistémica) e a evolução de alguns dos seus conceitos, nomeadamente a mudança de paradigma que impulsionou o desenvolvimento desta abordagem, duma visão mais individual e intrapsíquica do sofrimento humano e sintomas, para incluir o contexto e as relações do individuo com o seu meio (o foco da intervenção é amplificado à família e redes sociais)
A abordagem sistémica é também ela complexa e tem vindo a desenvolver-se ao longo dos anos, pelo que seleccionei alguns temas : Ao nível do conhecimento e reflexão proponho a noção de sistema e ciclo de vida da Família.
Conceição Travanca
Fenomenologia e Psicopatologia segundo Karl Jaspers
6 de Junho de 2015, das 10 às 12h30m
Karl Jaspers (1883/1969) introduziu o método fenomenológico na Psicopatologia e defendeu uma abordagem compreensiva do adoecer psíquico. A sua antítese em relação às concepções organicistas dominantes no século XIX operou uma rotura epistemológica significativa na ciência psicopatológica do seu tempo.
Neste seminário delimitaremos o objecto de estudo da perspectiva fenomenológica em Psicopatologia do ponto de vista Jasperiano e mostraremos a aplicação do método fenomenológico às experiências psicopatológicas.
Seguidamente abordaremos os seus principais conceitos de Jaspers, designadamente: forma e conteúdo do vivenciar patológico; compreender versus explicar; compreensão estática e dinâmica; processo, desenvolvimento e reacção. Finalmente, através dum caso clínico, procuraremos mostrar a análise fenomenológica Jasperiana nas suas componentes de descrição fenomenológica da experiência vivida e procura das relações de sentido.
José Carvalho Teixeira
O Outro em Husserl e Heidegger
16 de Maio de 2015, das 10 às 12 horas
Intropatia (Einfühlung) e solicitude (Fürsorge)
O problema do outro como tal implica a identificação da “fonte e origem” do seu acesso. O pensamento de Husserl nas Meditações Cartesianas e nos extensos textos de investigação (Arbeitsmanuskripte) sobre fenomenologia da intersubjectividade põem o problema do acesso ao outro na "atitude natural” e na “atitude fenomenológica”. Despistaremos alguns pontos fundamentais da chamada “redução de segunda ordem” como forma de reconstituição do “outro” como horizonte de sentido resultante da “intropatia”. O problema em Heidegger é radicalizado, porquanto este parte da tese segundo a qual “a priori” e “desde sempre” somos constituídos ontologicamente na “existência” a ser com outros. A natureza da constituição do nosso ser com outros, uns com os outros, é tão radical que mesmo quando somos uns sem os outros ou se não houvesse nunca outros aí, a nossa vida seria sempre perfilada pela presença deles, dos outros indefinidos, mas ausente, por toda a nossa vida.
Bibliografia.
Heidegger,M. Ser e tempo.
Husserl, E., Meditações Cartesianas.
António Caeiro
Gestão do Risco de Suicídio
9 de Maio, das 14h30m às 16h30m
Pretende-se com este seminário apresentar e discutir as problemáticas e abordagens, em contexto psicoterapêutico, associadas à gestão do risco de suicídio, nomeadamente quanto a:
- Dimensão da situação;
- Prevenção;
- Mitos;
- Fatores de risco;
- Fatores protetores;
- Relação e intervenções;
- Como intervir: o que se deve fazer; o que não se deve fazer.
Vitor Cotovio
Psicofarmacologia
25 de Abril de 2015, das 15 às 17 horas
A abordagem farmacológica no âmbito da psiquiatria constitui um meio fundamental para alcançar a estabilidade clinica. Esta pode assim constituir um meio complementar à abordagem psicoterapêutica permitindo a estabilização do individuo em momentos de crise de forma a permitir o próprio processo psicoterapêutico. Desta forma torna-se fundamental o conhecimento das principais classes farmacológicas, suas indicações e principais efeitos secundários.
Susana Vaz Carreiro
Gestalt-Terapia: Desafios das Práticas no Mundo em Transformação
11 de Abril de 2015, das 11 às 13 horas
O homem é um ser intrinsecamente social, entrelaçado, sendo parte de um laço de relações recíprocas nas quais se reconhece e valida. É um criador, e é criado na relação com o outro, um outro com quem cria intimidade. É nessa relação de intimidade que satisfaz as suas necessidades de segurança, protecção, intercâmbio afectivo, partilha de emoções e ideias, e criação de projectos existenciais. Numa relação saudável produz-se um encontro, um contacto que nutre e satisfaz novas “gestalten”. Esta relação facilita o intercâmbio, deixando espaço para criar algo novo e permitir o crescimento; permite ser livre, estando ligados.
O Objetivo deste seminário é reflexionar sobre a relação terapêutica na Gestalt Terapia como um agente importante de cura; como uma nova relação que se constrói entre paciente e terapeuta; uma relação que permitirá uma transformação identitária e das formas de relacionar, através duma nova experiência e da introjecção desta.
Outro objetivo deste seminário é experienciar a relação terapêutica como uma co-criação das suas partes envolvidas, tecedoras da relação, artistas destas.
Macarena Diuana
IDENTIDADE E ORGANIZAÇÕES
A SPPB realizará o evento "Identidade e Organizações", no próximo dia 14 de Março de 2015, inaugurando assim o novo Ciclo de Seminários Clínicos.
Dado o contexto de mudança nas Organizações em geral e tendo em vista a crise do Indivíduo, a SPPB promove o seminário Identidade e Organizações, no próximo dia 14 de Março, pelas 15h30, contando com a preciosa colaboração e sabedoria do Professor Doutor Fernando Serra e do Professor Doutor Carlos Piteira - Docentes do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa ISCSP/UL.
Com esta atividade pretende-se promover a reflexão sobre o desenvolvimento da Identidade no contexto social e do papel da Organização na construção da Identidade do Indivíduo.
“Identidades e Organizações: Uma Breve Perspectiva Sociológica”
As organizações são complexos contextos de acção concreta, habitadas por pessoas que são elas próprias muito mais do que os seus estatutos e papéis formais. Estes são a expressão mais superficial de outras camadas, mais profundas, individuais e colectivas, observáveis numa organização. Como se constroem as organizações colectivamente? Qual o papel dos processos identitários na elaboração de formas de comunalidade e diferenciação nas organizações? Que relação tem as identidades dos indivíduos com o jogo das estratégias e cálculos que desenvolvem? Estas e outras interrogações tentarão ser respondidas nesta comunicação, de modo muito genérico, a partir de uma perspectiva predominantemente sociológica.
Professor Doutor Fernando Humberto Serra
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
“Identidade, Indivíduo e Organizações”
A inserção do individuo nos contextos organizacionais vem conhecendo ao longo dos últimos anos novos paradigmas e novas teorias que vão questionando o «saber instituído» pelas ciências de gestão e das organizações no essencial.
O estudo do comportamento humano no seio das organizações começa a alargar-se a outras áreas das ciências sociais que não as restritivas apenas à gestão no sentido amplo. As abordagens que a psicologia, sociologia e antropologia vão tecendo sobre o tema, são disso um exemplo. Esta renovação dos «saberes» incorpora campos do conhecimento até agora ignorados (ou pelo menos esquecidos) pelas ciências dominantes das organizações, a questão identitária é por certo uma questão central, tema que iremos tentar aqui abordar como suporte complementar a quem se dedica às psicoterapias breves como linha de acção da reinserção e integração do individuo nas organizações.
Professor Doutor Carlos Piteira
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
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